terça-feira, 22 de outubro de 2013

Heróis combatendo o Bullying!

O Bullying é um problema que vem crescendo a cada dia , principalmente nas escolas. E foi pensando nisso que , com o auxílio de professores e baseando-se no livro " Todos contra Dante " de Luís Dill, produzimos uma campanha denominada "Todos contra o Bullying!" .Confira abaixo o nosso trabalho e conscientize-se de que nunca se deve praticar o Bullying!

P.S. : Clique na tirinha para poder visualizá-la melhor!!

Tirinha :




Charge :




Campanha:


segunda-feira, 21 de outubro de 2013

Literatura em vídeo

Baseado no conto de Clarice Lispector , Feliz aniversário , meu grupo de Língua Portuguesa produziu um curta metragem de aproximadamente 2:43 minutos , onde foi feito uma releitura do conto. É necessário lê-lo, pois, caso contrário, não conseguirá entender a releitura.


Biografia e Crônica de Luís Fernando Verríssimo

Luís Fernando Verríssimo


Luís Fernando Verríssimo nasceu em  Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, no dia 26 de Setembro de 1936. Seus pais eram o escritor Erico Verríssimo e Mafalda Halfen Volpe. Em 1956 , começou a trabalhar na editora Globo,  no departamento de arte. Em 2003, seu livro “Clube dos Anjos” foi escolhido pela New York Public Library, um dos 25 melhores livros do ano. Também recebeu o prêmio Juca Pato e foi considerado o Intelectual do ano pela União Brasileira de escritores 1997.



 Minhas Férias

Eu, minha mãe, meu pai, minha irmã (Su) e meu cachorro (Dogman) fomos fazer camping. Meu pai decidiu fazer camping este ano porque disse que estava na hora de a gente conhecer a natureza de perto, já que eu, a minha irmã (Su) e o meu cachorro (Dogman) nascemos em apartamento, e, até cinco anos de idade, sempre que via um passarinho numa árvore, eu gritava “aquele fugiu!” e corria para avisar um guarda; mas eu acho que meu pai decidiu fazer camping depois que viu os preços dos hotéis, apesar da minha mãe avisar que, na primeira vez que aparecesse uma cobra, ela voltaria para casa correndo, e minha irmã (Su) insistir em levar o toca-disco e toda a coleção de discos dela, mesmo o meu pai dizendo que aonde nós íamos não teria corrente elétrica, o que deixou minha irmã (Su) muito irritada, porque, se não tinha corrente elétrica, como ela ia usar o secador de cabelo? Mas eu e o meu cachorro (Dogman) gostamos porque o meu pai disse que nós íamos pescar, e cozinhar nós mesmos o peixe pescado no fogo, e comer o peixe com as mãos, e se há uma coisa que eu gosto é confusão. Foi muito engraçado o dia em que minha mãe abriu a porta do carro bem devagar, espiando embaixo do banco com cuidado e perguntando “será que não tem cobra?”, e o meu pai perdeu a paciência e disse “entra no carro e vamos embora”,, porque nós ainda nem tínhamos saído da garagem do edifício. Na estrada tinha tanto buraco que o carro quase quebrou, e nós atrasamos, e quando chegamos no lugar do camping já era noite, e o meu pai disse “este parece ser um bom lugar, com bastante grama e perto da água”, e decidimos deixar para armar a barraca no dia seguinte e dormir dentro do carro mesmo; só que não conseguimos dormir, porque o meu cachorro (Dogman) passou a noite inteira querendo sair do carro, mas a minha mãe não deixava abrirem a porta, com o medo de cobra; e no dia seguinte tinha a cara feia de um homem nos espiando pela janela, porque nós tínhamos estacionado o carro no quintal da casa dele, e a água que o meu pai viu era a piscina dele e tivemos que sair correndo. No fim conseguimos um bom lugar para armar a barraca, perto de um rio. Levamos dois dias para armar a barraca, porque a minha mãe tinha usado o manual de instruções para limpar umas porcarias que meu cachorro (Dogman) fez dentro do carro, mas ficou bem legal, mesmo que o zíper da porta não funcionasse e para entrar ou sair da barraca a gente tivesse que desmanchar tudo e depois armar de novo. O rio tinha um cheiro ruim, e o primeiro peixe que nós pescamos já saiu da água cozinhando, mas não deu para comer, e o melhor de tudo é que choveu muito, e a água do rio subiu, e nós voltamos pra casa flutuando, o que foi muito melhor que voltar pela estrada esburacada; quer dizer que no fim tudo deu certo.


Biografia e Crônica de Rubem Braga


Rubem Braga

Rubem Braga nasceu em Cachoeiro do Itapemirim, Espírito Santo , no dia 12 de Janeiro de 1913. Iniciou seus estudos na cidade de Natal.
Em 1952 , escreveu suas primeiras crônicas para o jornal “Correio do Sul”. Nos meados de 1932, Rubem Braga começou a cobrir a Revolução Constitucionalista, que tinha como objetivo derrubar o governo de Getúlio Vargas, o que resultou em prisão e em várias mudanças de Estado no Brasil. Rubem Braga faleceu no Rio de Janeiro , no dia 9  de Dezembro de 1992.


                                                           Valente menina

Debruçado cá em cima, no 13.° andar, fiquei olhando a porta do edifício à espera de que surgisse o seu vulto lá embaixo.

Eu a levara até o elevador, ao mesmo tempo aflito para que ela partisse e triste com a sua partida. Nossa conversa fora amarga. Quando lhe abri a porta do elevador esbocei um gesto de carinho na despedida, mas, como eu previra, ela resistiu. Pela abertura da porta vi sua cabeça de perfil, séria, descer, sumir.

Agora sentia necessidade de vê-la sair do edifício, mas o elevador deve ter parado no caminho, porque demorou um pouco a surgir seu vulto rápido. Desceu a escada fez uma pequena volta para evitar uma poça de água, caminhou até a esquina, atravessou a rua. Vi-a ainda um instante andando pela calçada da transversal, diante do café; e desapareceu, sem olhar para trás.

"Valente menina!" — foi o que murmurei ao acaso lembrando um verso antigo de Vinicius de Moraes; e no mesmo instante me lembrei também de uma frase ocasional de Pablo Neruda, num domingo em que fui visitá-lo em sua casa de Isla Negra, no Chile. "Que valientes son las chilenas!" dissera ele, apontando uma mulher de maiô que entrava no mar ali em frente, na manhã nublada; e explicara que estivera andando pela praia e apenas molhara os pés na espuma: a água estava gelada, de cortar.

"Valente menina!" Lá embaixo, na rua, era tocante seu pequeno vulto, reduzido pela projeção vertical. Iria com os olhos úmidos ou sentiria apenas a alma vazia? "Valente menina!" Como a chilena que enfrentava o mar, em Isla Negra, ela também enfrentava sua solidão. E eu ficava com a minha, parado, burro, triste, vendo-a partir por minha culpa.

Deitei-me na rede, sentindo dor de cabeça e um certo desgosto por mim mesmo. Eu poderia ser pai dessa moça — e me pergunto o que sentiria, como pai, se soubesse de uma aventura sua, como essa, com um homem de minha idade. Tolice! Os pais nunca sabem nada, e quando sabem não compreendem; estão perto e longe demais para entender. Ele, esse pai de quem ela falava tanto, não acreditaria se a visse entrar pela primeira vez em minha casa, como entrou, com sua bolsa a tiracolo, o passo leve e o riso nervoso. "Como você pensava que eu fosse?" Lembro-me de que fiquei olhando, meio divertido, meio assustado, aquela mocetona loura e ágil que só falava me olhando nos olhos, e me fez as confissões mais íntimas e graves entremeadas de mentiras pueris — sempre me olhando nos olhos. Disse-me que a metade das coisas que me contara pelo telefone era pura invenção — e logo inventou outras. Senti que suas mentiras eram um jeito enviesado que ela tinha de se contar, um meio de dar um pouco de lógica às suas verdades confusas.

A ternura e o tremor de seu duro corpo juvenil, seu riso, a insolência alegre com que invadiu minha casa e minha vida, e suas previsíveis crises de pranto — tudo me perturbou um pouco, mas reagi. Terei sido grosseiro ou mesquinho, terei deixado sua pequena alma trêmula mais pobre e mais só?

Faço-me estas perguntas, e ao mesmo tempo me sinto ridículo em fazê-las. Essa moça tem a vida pela frente, e um dia se lembrará de nossa história como de uma anedota engraçada de sua própria vida, e talvez a conte a outro homem olhando-o nos olhos, passando a mão pelos seus cabelos, às vezes rindo — e talvez ele suspeite de que seja tudo mentira.

Biografia e crônica de Machado de Assis



Machado de Assis:

Joaquim Maria Machado de Assis nasceu na cidade do Rio de Janeiro no dia 21 de Junho de 1939. Seus pais eram Francisco José de Assis e Maria Leopoldina Machado de Assis, mas perdeu a mãe muito cedo , sendo assim criado também pela madrasta Maria Inês.
Quando cresceu, se tornou um típico homem das letras bem sucedido, sendo reconhecido em todo o país. Ele se casou com uma mulher chamada Carolina, que morreu em 1904. O Mario dedicou-a o soneto “Carolina” , que a celebrizou.

Fuga do hospício

Por Machado de Assis


A fuga de doidos do hospício é mais grave do que pode parecer à primeira vista. Não me envergonho de confessar que aprendi algo com ela, assim como que pedi uma das escoras da minha alma. Este resto de frase é obscuro, mas eu não estou agora para emendar frases nem palavras. O que for saindo saiu, e tanto melhor se entrar na cabeça do leitor.

Ou confiança nas leis, ou confiança nos homens, era convicção minha de que se podia viver tranquilo fora do Hospício dos alienados. No Bond, na sala, na rua, onde quer que se me deparasse pessoa disposta a dizer histórias extravagantes e opiniões extraordinárias, era meu costume ouvi-la quieto. Uma ou outra vez sucedia-me arregalar os olhos involuntariamente, e o interlocutor, supondo que era admiração, arregalava também os seus, e aumentava o concerto do discurso. Nunca me passou pela cabeça que fosse um demente. Todas as histórias são possíveis, todas as opiniões respeitáveis. Quando o interlocutor, para melhor incutir uma ideia ou um fato, me apertava muito o braço ou me puxava com força pela gola, longe de atribuir o gesto a simples loucura transitória, acreditava que era um modo particular de orar ou expor. O mais que fazia, era persuadir-me depressa dos fatos e das opiniões, não só por ter os braços mui sensíveis, como porque não é com dois vinténs que um homem se veste neste tempo.

Assim vivia, e não vivia mal. A prova de que andava certo, é que não me sucedia o menor desastre, salvo a perda da paciência; mas a paciência elabora-se com facilidade; - perde-se de manhã, já de noite se pode sair com dose nova. O mais corria naturalmente. Agora, porém, que fugiram doidos do hospício e que outros tentaram fazê-lo (e sabe Deus se a esta hora já o terão conseguido), perdi aquela antiga confiança que me fazia ouvir tranquilamente discursos e notícias. É o que acima chamei uma das escoras da minha alma. Caiu por terra o forte apoio. Uma vez que se foge do hospício dos alienados (e não acuso por isso a administração) onde acharei método para distinguir um louco de um homem de juízo? De ora avante, quando alguém vier dizer-me as coisas mais simples do mundo, ainda que não me arranque os botões, fico incerto se é pessoa que se governa, ou se apenas está num dqueles intervalos lúcidos, que permitem ligar as pontas da demência às da razão. Não posso deixar de desconfiar de todos.

A própria pessoa – ou para dar mais claro exemplo, - o próprio leitor deve desconfiar de si. Certo que o tenho em boa conta, sei que é ilustrado, benévolo e paciente, mas depois dos sucessos desta semana, que lhe afirma que não saiu ontem do hospício? A consciência de lá não haver entrado não prova nada; menos ainda de ter vivido desde muitos anos, com sua mulher e seus filhos, como diz Lulu Sênior*. É sabido que a demência dá ao enfermo a visão de que um estado estranho e contrário à realidade. Que saiu esta madrugada de um baile? Mas os outros convidados, os próprios noivos que saberão de si? Podem ser seus companheiros da Praia Vermelha. Este é o meu terror. O juízo passou a ser uma probabilidade, uma eventualidade, uma hipótese.

Isto, quanto à segunda parte da minha confissão. Quanto à primeira, o que aprendi com a fuga dos infelizes do hospício, é ainda mais grave que a outra. O cálculo, o raciocínio, a arte com que procederam os conspiradores da fuga, foram de tal ordem, que diminuiu em grande parte a vantagem de ter juízo. O ajuste foi perfeito. A manha de dar pontapés nas portas para abafar o rumor que fazia Serrão arrombando a janela do seu cubículo, é uma obra prima; não apresenta só a combinação de ações para o fim comum, revela a consciência de que, estando ali por doidos, os guardas os deixariam bater à vontade, e a obra da fuga iria ao cabo, sem a menor suspeita. Francamente, tenho lido, ouvido e suportado coisas muito menos lúcidas.

Outro episódio interessante foi a insistência de Serrão em ser submetido ao tribunal do júri, provando assim tal amor da absolvição e conequente liberdade que faz entrar em dúvida se se trata de um doido ou de um simples réu. Não repito o mais, que está no domínio público e terá produzido sensações iguais às minhas. Deixo vacilante a alma do leitor. Homens tais não parecem artífices de primeira qualidade, espíritos capazes de levar a cabo as questões mais complicadas deste mundo?

Não quero tocar no caso de Paradeda Júnior, que lá vai mar em fora, por achá-lo tardio. Meio século antes, era um bom assunto de poema romântico. Quando, alto mar, o infeliz revelasse, por impulsão repentina, o seu verdadeiro estado mental, a cena seria terrível, e a inspiração germânica, mais que qualquer outra, acharia aí uma bela página. O poema devia chamar-se “Der narrische Schiff” (A nau dos insensatos). Descrição do mar, do navio do céu; a bordo, alegria e confiança. Uma noite, estando a lua em todo o esplendor, um dos passageiros contava a batalha de Leipzing ou recitava uns versos de Uhland (poeta alemão). De repente, um salto, um grito, tumulto, sangue: o resto seria o que Deus inspirasse ao poeta. Mas, repito, o assunto é tardio.

De resto, toda esta semana foi de sangue, - ou por política, ou por desastre, ou por desforço pessoal. O acaso luta com o homem para fazer sangrar a gente pacata e temente a Deus. No caso de Santa Teresa, o cocheiro evadiu-se e começou o inquérito. Como os feridos não pedem indenização à companhia, tudo irá pelo melhor no melhor dos mundos possíveis. No caso da Copacabana, deu-se a mesma fuga, com a diferença que o autor do crime não é o cocheiro; mas a fuga não é privilégio do ofício, e, demais, o criminoso já está preso. Em Manhuaçu continua a chover sangue, tanto que marchou para lá um batalhão daqui. O comendador Ferreira Barbosa (a esta hora assassinado) em carta que escreveu ao diretor da Gazeta e foi ontem publicada, conta minunciosamente o estado daquelas paragens. Os combates têm sido medonhos. Chegou a haver barricadas. Um anônimo declarou pelo Jornal do Comércio que, se a comarca de S. Francisco tornar à antiga província de Pernambuco, segundo propôs o Sr. Senador João Barbalho, não irá sem sangue. Sangue não tarda a escorrer do jovem Estado (peruano) do Loreto...

Enxuguemos a alma. Ouçamos, em vez de gemidos, notas de música. Um grupo de homens de boa vontade vai dar-nos música velha e nova, em concertos populares, a preço cômodo. Venham eles, venham continuar a obra do Clube Beethoven, que foi por tanto tempo o centro das harmonias clássicas e modernas. Tinha de acabar, acabou. Os Concertos popularestambém acabarão um dia, mas será tarde, muito tarde, se considerarmos a resolução dos fundadores, e mais a necessidade que há de arrancar a alma ao tumulto vulgar para a região serena e divina...Um abraço ao Dr. Luís de Castro.


Pela minha parte, proponho que, nos dias de concerto, a Companhia do Jardim Botânico, excepcionalmente, meta dez pessoas por banco nos bonds elétricos, em vez das cinco atuais. Creio que não haverá representação à Prefeitura, pois todos nós amamos a música; mas dado que haja, o mais que pode suceder, é que a prefeitura mande reduzir a lotação a quatro pessoas do contrato; em tal hipótese, a companhia pedirá como agora, segundo acabo de ler, que a Prefeitura reconsidere o despacho, - e as dez pessoas continuarão, como estão continuando as cinco. Há sempre erro em cumprir e requerer. Quanto ao método, é muito melhor que tudo se passe assim, no silêncio do gabinete, que tumultuosamente na rua: Não pode! Não pode!

Poesias ...

 Fernando Paixão

Viagem
Quem lê vai em frente
quem escreve vai também.
O poeta segue contente
Quando dirige esse trem.

Piuííííííííí ! Piuííííííííí !
Toca o apito da estação
 Bem na hora de partir.
Lá vai o trem... vamos também!

Você entra , sai e brinca
com palavras em movimento.
Pára. À esquerda. À direita.
Poesia a gente inventa.

P.S. : Poema retirado do livro : Varal de poesias.

                    


   Henriqueta Lisboa


O Tempo é um fio

O tempo é um fio
bastante frágill.
Um fio fino
que à toa escapa.
O tempo é um fio.
Tecei! Tecei!
Rendas de bilro
com gentileza.
Com mais empenho
franças espessas.
Malhas e redes
com mais astúcia.

O tempo é um fio
que vale muito.

Franças espessas
carregam frutos.
Malhas e redes
apanham peixes.

O tempo é um fio
por entre os dedos.
Escapa o fio,
perdeu-se  o tempo.

Lá vai o tempo
como um farrapo
jogado à toa!

Mas ainda é tempo!
Soltai os potros
aos quatro ventos,
mandai os servos
de um pólo a outro,
vencei escarpas,
dormi nas moitas,
voltai com o tempo
que já se foi ! ...


Poema retirado do livro: Para gostar de ler.

Crônica produzida

“Além do horizonte”

   -Clarice! – era o doce som da voz da minha mãe que rondava os corredores da casa à minha procura.- Onde está você minha filha?
   -Estou aqui mamãe!
   Ela não disse nada, mas seu olhar dizia tudo. Estava feliz e aliviada por me ver.
   Horas depois, após o jantar, pude ver minha mãe chorar aos prantos nos braços do meu pai. Eles viram que eu estava observando e fecharam a porta. Por quê mamãe chorava tanto? Era o que me perguntava a noite toda.
   No dia seguinte, na sala de jantar, perguntei:
   -Mamãe, por quê a  senhora chorava tanto à noite?
   Todos ficaram assustados. Achavam que eu era muito pequena para entender que havia algo de errado.
   -Sim minha filha , estava chorando.
   -Por quê?
   -Eu estou doente minha filha. Tenho uma doença terminal.
    Foi a pior notícia que eu pude receber, ou melhor, que alguém pode receber. É como se arrancassem um pedaço de você e o seu chão desmoronasse. Chorei durante toda a noite.
Um mês se passou. Minha mãe já não estava tão bem assim. Seus cabelos estavam caindo e mal se agüentava em pé.Em um dia , à tarde, meus pais estavam saindo às pressas para pegar o primeiro navio no porto, exatamente ao pôr-do-sol. Apenas me disseram que iriam ao médico e voltariam em poucas horas. Como foi combinado, alguém chegou em casa em poucas horas. Apenas meu pai. E minha mãe? Era o que perguntava todo dia a ele , apenas obtendo a resposta de que um dia o destino iria nos unir outra vez.

   Desde então, fico olhando pela janela do meu quarto o oceano e todos os navios que passam por ele, sempre mantendo a esperança de que um dia irei vê-la novamente. Fico esperando todo dia desde o pôr-do-sol até o anoitecer. E todas as noites , lá no céu, observando as estrelas, a mais radiante, que corresponde ao meu olhar, é a minha mãe.

Uma garrafa no mar de Gaza

Síntese


O enredo da emocionante história narrada no livro se passa no conflito entre Israel e Palestina que desdenha até os dias atuais. Tal Levine, uma jovem garota que sonha em ser cineastra, resolveu escrever uma carta onde falava de onde vinha e qual era o seu propósito , colocá-la dentro de uma garrafa e jogá-la no mar de Gaza. Ela gostaria de se relacionar com uma pessoa que vivia na Palestina , na faixa de Gaza , pois , além de tudo , tinha curiosidades sobre o pensamento dos Palestinos em relação às guerras entre os países. Como o irmão mais velho de Tal trabalhava no exército e iria para Gaza , a jovem garota pediu para que seu irmão levasse a garrafa e jogasse no mar de Gaza , sem explicar o que havia dentro da garrafa. O irmão levou a garrafa para a faixa de Gaza , mas não jogou-a no mar. Resolveu enterrá-la na areia, pois assim seria mais fácil de alguém achar. Ficou no canto , só esperando que alguém a achasse. Em uma bela tarde, alguém achou a garrafa , era Naim. Ele leu a carta e releu várias vezes. Na carta , a menina Tal estava pedindo para que quem achasse a garrafa entrasse em contato por e-mail e assim Naim fez. Ele se apresentou como gazaman e esnobou o máximo possível a garota. A partir de então , os dois começaram a se relacionar via e-mail e posteriormente via chat , onde , apesar das grosserias do rapaz , é possível perceber que ele se interessa pela garota.

quinta-feira, 3 de outubro de 2013

Questões de História

Estado Nação:

Chama-se Estado-nação ou nação-Estado quando um território delimitado é composto por um governo e uma população de composição étnico-cultural coesa, quase homogênea, sendo esse governo produto dessa mesma composição. 

Territórios:

A concepção mais comum de território (na ciência geográfica) é a de uma divisão administrativa. Através de relações de poder, são criadas fronteiras entre países, regiões, estados, municípios, bairros e até mesmo áreas de influência de um determinado grupo. Para Friedrich Ratzel, o território representa uma porção do espaço terrestre identificada pela posse, sendo uma área de domínio de uma comunidade ou Estado. Portanto, o território não se restringe somente às fronteiras entre diferentes países, sendo caracterizado pela ideia de posse, domínio e poder, correspondendo ao espaço geográfico socializado, apropriado para os seus habitantes, independentemente da extensão territorial.


Estado Laico : 


Estado laico significa um país ou nação com uma posição neutra no campo religioso. Também conhecido como Estado secular, o Estado laico tem como princípio a imparcialidade em assuntos religiosos, não apoiando ou discriminando nenhuma religião.Um Estado laico defende a liberdade religiosa a todos os seus cidadãos e não permite a interferência de correntes religiosas em matérias sociopolíticas e culturais.Nos países que não são laicos (teocráticos), a religião exerce o seu controle político na definição das ações governativas. Nos países teocráticos, o sistema de governo está sujeito a uma religião oficial. Alguns exemplos de nações teocráticas são: Vaticano (Igreja Católica), Irã (República Islâmica) e Israel (Estado Judeu).


Israel X Palestino:



Guerra de 1948:

Em 29 de novembro de 1947, um dia após a votação da Partilha da Palestina pelas Nações Unidas, o colono judeu Ehud Avriel foi convocado a comparecer diante da Agência Judaica, organização que representava os judeus da Palestina, antes da criação de Israel. Ele foi recebido por um homem robusto, de cabelos desgrenhados e grisalhos. Seu nome era Davi Ben Gurion, o líder supremo dos sionistas. Nascido na Polônia, ele fugira do anti-semitismo e dos pogroms (perseguição em massa) europeus em 1909, migrando para a Terra Santa. Lá, com seu carisma e liderança, tornou-se a encarnação viva da causa sionista. “Daqui a seis meses, declararemos a independência de Israel. Nesse mesmo dia, cinco exércitos árabes nos atacarão”, previu Ben Gurion, com incrível exatidão. “Se não conseguirmos obter armas com a máxima urgência, seremos aniquilados.” Em seguida, o chefe da Agência Judaica encarregou o correligionário de uma missão crucial: viajar à Europa para contrabandear armamentos. Avriel assentiu. No dia seguinte, pegou um avião para Genebra com uma lista quilométrica para comerciantes do mercado negro: 1 milhão de balas, mil metralhadoras e 1,5 mil submetralhadoras.
Ben Gurion, cujos talentos de estrategista tornariam-se mitológicos, sabia que os árabes não aceitariam a Partilha. Também sabia que as táticas de guerrilha da milícia clandestina sionista (o Hagannah) não seriam suficientes para deter os inimigos. Entre 1947 e 1948, Ben Gurion contrabandeou toneladas de armas, principalmente da Tchecoslováquia, e incorporou ao Hagannah dois grupos militantes radicais – o Irgun e a Gangue Stern. Nascia assim a FDI – Forças de Defesas Israelenses, que na época contava com pouco mais de 20 mil soldados.
RIFLES ENFERRUJADOS
Ao contrário dos sionistas, os palestinos tinham uma organização mínima. Sua espinha dorsal fora quebrada em 1936, quando uma grande rebelião contra o domínio britânico e a imigração judaica foi esmagada pelas forças conjuntas dos britânicos e das milícias sionistas – com um saldo de 5 mil árabes e 400 judeus mortos. Sem nenhuma liderança forte, empunhando rifles enferrujados e com apenas 2,5 mil soldados de verdade, eles eram a menor das preocupações para os generais israelenses. O verdadeiro desafio vinha dos países árabes vizinhos, cujos exércitos somavam mais de 25 mil homens com armas modernas, vendidas principalmente pela Grã-Bretanha.
Foi Ben Gurion quem leu a Declaração de Independência de Israel, em Tel-Aviv, na ensolarada tarde de 14 de maio de 1948, diante de uma multidão em êxtase. Foi também ele quem comandou a guerra contra o rei Abdullah da Jordânia e seus aliados árabes, que na manhã seguinte bombardearam Tel-Aviv e atravessaram as recém-traçadas fronteiras do país.
O conflito que se seguiu foi um triste prenúncio do que estava por vir nas próximas décadas. Ambos os lados atacaram a população civil, com pesadas baixas. De acordo com o historiador Mitchell Bard, mais de 6 mil judeus foram mortos nos meses seguintes, entre soldados e não-combatentes – 1% da população total.
Israel não ficou atrás no que diz respeito a crimes de guerra. Segundo historiadores como o brasileiro André Gattaz e o israelense Avi Shaim, grupos armados caíram com fúria sobre a população árabe palestina, num banho de sangue que varreu do mapa centenas de vilarejos. A chacina mais famosa ocorreu em Deir Yassin, a poucos quilômetros de Jerusalém – um evento que se tornou emblemático para a resistência palestina (leia no quadro abaixo). A maior parte da população árabe em grandes cidades, como Haifa e Jaffa – que hoje é um subúrbio de Tel-Aviv – fugiu ou foi expulsa. “Por prudência, por pânico e por causa da política deliberada do Exército israelense, quase dois terços dos palestinos deixaram suas casas e tornaram-se refugiados”, escreve o historiador britânico de origem libanesa Albert Hourani, no clássico Uma História dos Povos Árabes (Companhia das Letras, 2006). De 500 mil a 900 mil árabes, entre cristãos e muçulmanos, foram para o exílio, de acordo com estudos das Nações Unidas. Milhares de judeus também foram violentamente expulsos de países árabes.
Apesar da superioridade numérica, os exércitos anti-sionistas tinham uma desvantagem que até hoje assola o mundo árabe: a desunião interna. Intrigas, desavenças e crises de ciúmes entre os chefes mergulharam a campanha na anarquia. Já os sionistas mantiveram-se unidos sob a mão férrea de Ben Gurion – que se tornou primeiro-ministro de Israel em 1948 – e destroçaram os cincos exércitos inimigos em cerca de oito meses. O conflito, que hoje é lembrado pelos israelenses como a Guerra da Independência, acabou em julho de 1949, com uma série de armistícios humilhantes assinados por quase todos os países árabes envolvidos. Os combatentes guardaram suas facas e metralhadoras, mas não trancaram a porta da caserna: o segundo round poderia começar a qualquer instante.
EXPANSÃO ISRAELENSE
A Palestina, agora, tinha uma cara completamente transformada. A Partilha, acertada pela ONU, dois anos antes, foi para o espaço: entre 1947 e 1949, Israel não se limitou a defender suas fronteiras, avançando sobre território alheio. Se antes os israelenses controlavam 55% da região, a fatia crescera agora para mais de 75% .
Fora de Israel, sobraram apenas dois pedacinhos de terra palestina – que até hoje compõem um mantra eternamente repetido nas manchetes de jornais, nos tratados de paz, nas resoluções da ONU, nos brados dos radicais e nas preces dos moderados: a Faixa de Gaza, que fica no litoral do Mediterrâneo, a sudoeste de Israel, e a Cisjordânia, na fronteira oriental. O destino e o status desses territórios, que juntos não chegam a formar 10 mil quilômetros quadrados, continuam no olho do furacão do Oriente Médio. Na época, as duas fatias de terra foram anexadas por vizinhos árabes que, teoricamente, tinham entrado na guerra para garantir os direitos dos palestinos. O Egito ficou com a Faixa de Gaza. O rei jordaniano Abdullah abocanhou a Cisjordânia e a parte oriental de Jerusalém – onde se encontram dois dos maiores santuários do Islã, a Mesquita de Al-Aqsa e o Domo da Rocha. A ONU abençoou as novas fronteiras e o mundo respirou aliviado. Menos os palestinos – que ficaram com nada.

Guerra dos seis dias:

A Guerra dos Seis Dias, assim ficou conhecida a guerra que confrontou Israel e os seguintes países árabes: Egito,Jordânia e Síria, com o apoio do Iraque, Kuwait, Arábia Saudita, Sudão e Argélia. A guerra pelo controle do Canal de Suez  tinha deixado uma situação onde outra guerra poderia acontecer a qualquer momento. Israel, que tinha ocupado a península do Sinai (Egito), concordou em retirar suas tropas desde que o Egito deixasse de apoiar as ações da guerrilha que partiam daquela região. Em lugar das tropas de Israel a ONU ficou administrando a península do Sinai.
No entanto o governo egípcio, apoiado pela URSS, continuou ajudando as diferentes facções guerrilheiras que atacavam o estado hebreu. Em maio daquele ano, tanto árabes como israelenses já estavam mobilizando suas tropas. O Egito bloqueou o golfo de Aqaba, rota vital para a navegação de Israel, ato considerado pelo governo israelense como uma agressão.
As hostilidades começaram no dia 5 de junho com um massivo ataque preventivo por parte de Israel que destruiu a capacidade aérea dos países árabes, em três horas a aviação de Israel destruiu a maior parte do arsenal aéreo do Egito, 319 aviões que nem chegaram a decolar. Isto aconteceu depois do estado israelense ter verificado com seus radares a movimentação de tanques e aviões movendo-se em direção à fronteira entre ambos os países. As perdas israelenses somaram apenas 19 aviões.
Assim, as tropas israelenses avançaram por terra rapidamente, ocuparam a Faixa de Gaza e chegaram ao Sinai. Os israelenses avançaram em direção à Síria, ou seja, romperam as defesas árabes tanto pelo sul como pelo norte e, na Faixa de Gaza, as tropas de Israel fizeram cessar o esforço militar que unia egípcios e palestinos. No mesmo dia a Jordânia entra na guerra. Os aviões jordanianos começaram a bombardear as cidades israelenses, especialmente Jerusalém. A reação hebraica foi imediata e contundente: começaram a tomar posições jordanianas perto de Belém e ao sul de Ramallah e bombardearam Amman e Mafraq.
Quando, no dia 10 de junho, os combates cessaram, Israel controlava a totalidade da península do Sinai, a Faixa de Gaza, Cisjordânia (com a totalidade da cidade de Jerusalém) e as estratégicas colinas de Golã, na Síria. Desta forma, Israel tinha conquistado um território quatro vezes maior que o seu em 1.949, e albergava em suas novas fronteiras uma população árabe de 1,5 milhões.


Yom Kippur -1937:


Quando a Guerra de Seis dias, que aconteceu com os países do Oriente Médio, chegou ao fim, o governo de Israel teve uma nova preocupação pela frente: proteger as terras que haviam conquistado durante o conflito, e principalmente, manter o controle conquistado sob o canal de Suez.  Para manter esse controle eles construíram a Linha Bar-Lev, que era uma linha de fortificações ligadas por estradas. Porém, enquanto Israel se sentia vitorioso pelas conquistas da guerra, as nações árabes, que haviam sido derrotadas nesse conflito, possuíam um sentimento de inferioridade e desrespeito, e assim começaram a organizar uma resposta contra o governo israelense. O presidente Nasser, do Egito, havia acabado de falecer, no ano de 1970, e coube a seu sucessor Anuar Sadat, conhecido por exercer uma política mais pragmática, tentar recuperar aqueles territórios perdidos na guerra anteriormente.

O Dia do Perdão – Yom Kippur


            O Yom Kippur é um grande feriado judaico que também é conhecido como “dia do perdão”. No dia 6 de outubro de 1973 a maioria da população estava cuidando dos preparativos da festividade, e por uma infeliz coincidência, ou por uma elaborada estratégia, o Egito e a Síria iniciaram um ataque militar surpresa, atingindo os postos israelenses responsáveis por proteger a região de Suez. Foram centenas de granadas lançadas sobre os postos em questão de minutos. Um dia que deveria ser de comemoração viera a se tornar de guerra, o “dia do perdão” de Israel se tornou o “dia da vingança” para os árabes.
           Os Árabes iniciaram a guerra com uma grande vantagem, afinal, haviam pegado os israelenses de forma inesperada. Utilizando de potentes mangueiras e pontes de assalto, eles conseguiram atravessar o Canal de Suez de maneira mais fácil, o que permitiu a invasão do canal com um número insignificante de baixas entre seus oficiais. Simultaneamente com essa ofensiva, os sírios se organizavam para invadir o território judeu por meio das Colinas de Golã, eles queriam atacar de todas as formas, por todos os lados, de maneira rápida para que o adversário não tivesse tempo de ter uma reação.

Os árabes são derrotados novamente nesta guerra


            Demonstrando ser superior do ponto de vista de guerrilha, Israel tomou rapidamente uma atitude contra as ações dos países em questão e abafou os dois lados da invasão orquestrada pelos sírios e egípcios. Mesmo pego de surpresa, e estando sozinho contra os dois países, isso não foi suficiente para que Israel saísse derrotada, e a ofensiva fez com que outra vez os árabes saíssem derrotados de mais uma guerra. Com esse acontecimento, a Guerra do Yom Kippur serviu apenas para aumentar ainda mais o ódio existente entre os países árabes e o povo judaico no Oriente Médio.
           Entre as consequências causadas pela guerra está a deflagração da Crise do Petróleo, que se instalou logo depois que a Organização dos Países Exportadores de Petróleo, OPEP, se recusou a vender petróleo para qualquer país que apoiasse o governo israelense. Enquanto eles achavam que isso levaria os países a se tornaram dependentes deles, seguindo seus desejos, submissos, isso contribuiu para que essas novas nações buscassem por novas fontes de energia, para que a dependência do petróleo fosse reduzida.

Ariel Sharon : Israel

Poucas pessoas no mundo já ouviram falar de Ariel Scheinerman, um político da extrema-direita de Israel. Mas, certamente, todas as pessoas que têm grande poder de decisão no mundo conhecem Ariel Sharon, como é conhecido o primeiro-ministro de Israel.

O primeiro-ministro trocou a sua assinatura para homenagear o vale Sharon, lugar onde funcionava uma cooperativa agrícola durante a sua juventude.

Nascido em Kfar Mahal, aldeia ao norte de Tel Aviv, no dia 28 de fevereiro de 1928, época em que o território estava sob jurisdição britânica, Sharon liderou operações militares contra tropas do Egito na Faixa de Gaza, em 1950.

Em 67, já general, durante a Guerra dos Seis Dias, comandou uma divisão que conquistou Jerusalém Oriental, a Cisjordânia e a Faixa de Gaza, e, em 73, liderou a captura do Terceiro Exército do Egito, colocando um ponto final na Guerra do Yom Kippur.

Linha-dura
Sua carreira política começou em 77, quando foi eleito para uma das cadeiras do Knesset, o parlamento israelense. Neste mesmo ano, foi nomeado ministro da Agricultura. Com fama de linha-dura, Sharon foi muito contestado em 82 (quando ocupava o cargo de ministro da Defesa de Israel), ao planejar uma invasão ao Líbano.

Sem comunicar os seus planos para o então primeiro-ministro Manachem Begin, Sharon invadiu o Líbano alegando que precisava expulsar do país um núcleo influente da OLP (Organização para a Libertação da Palestina), comandada por Yasser Arafat, morto em 2004. A falta de planejamento na operação pode ser explicada pelos números: Beirute, a capital do Líbano, ficou parcialmente destruída e cerca de 2.000 palestinos (entre os quais crianças, idosos e mulheres) foram mortos.

Pressionado internamente e apontado pela Justiça de Israel como responsável pelo massacre, Ariel Sharon foi demitido do cargo de ministro da Defesa, mas não deixou a política. Adorado pela direita, principalmente pelo feroz combate à OLP, no começo da década de 90 Sharon voltou a integrar o governo israelense, sendo nomeado ministro da Habitação.

Em 96, uma promoção. O então primeiro-ministro Binyamin Netanyahu assinou um decreto nomeando-o ministro das Relações Exteriores. A derrota de Netanyahu nas eleições realizadas em 99 não afastou Ariel Sharon da vida pública. O político assumiu o comando do seu partido, o Likud.

Sangue e guerra
Em 1953, na liderança de uma unidade (101) do Exército, criada especificamente para combater os árabes, Sharon comandou uma operação contra a aldeia de Kibya, na Cisjordânia, explodindo 45 casas e matando 69 pessoas. As ações dessa unidade provocaram a morte de tantos civis palestinos que o governo de Israel teve de emitir um comunicado proibindo matar mulheres e crianças.

Três anos depois, foi acusado de insubordinação e desonestidade por seus superiores, durante a campanha do Canal de Suez. O historiador militar israelense Martin Van Cheveld, da Universidade Hebraica de Jerusalém, escreveu que os soldados comandados por Ariel Sharon "avançavam da forma mais incompetente possível, resultando em uma batalha totalmente desnecessária, que se tornou a mais sangrenta da guerra".

Acostumado a conviver com a violência, Sharon é oriundo de uma família de sionistas russos que emigraram para a Palestina no começo do século 20. O primeiro-ministro também participou de um momento histórico pela paz entre Israel e Egito, assinado em 1979, que ficou conhecido como o tratado de Camp David, uma referência à residência de verão dos presidentes dos Estados Unidos. Apesar de ter se posicionado contra o acordo, Sharon comandou a retirada dos colonos judeus do Sinai, ocupado por Israel desde a Guerra do Yom Kippur.

Em fevereiro de 2001, Sharon chegou ao ponto mais alto de sua carreira: primeiro-ministro de Israel. Quando tomou posse, anunciou que sua principal missão seria a segurança do povo israelense.

 Yasser Arafat: Palestina

Mohammad Abdel Rauf Arafat al Qudwa al Husseini, 75, nasceu em agosto de 1929. O local de seu nascimento permanece um mistério. Ele afirmava que nascera em Jerusalém, mas há registros de que Arafat teria, na verdade, nascido no Egito, onde estudou engenharia. A data de seu aniversário também é incerta.Arafat combateu nas milícias palestinas os sionistas (movimento internacional judeu que resultou na formação do Estado de Israel) em 1948.Exilado no Kuait, em 1959 foi co-fundador do Fatah (Movimento para a Libertação da Palestina), movimento nacionalista que se tornaria, nos anos 1960, o núcleo principal da OLP (Organização para a Libertação da Palestina).

Ao fim da guerra árabe-israelense de 1967, Arafat reapareceu após dois anos na clandestinidade usando o nome de Abu Ammar, pelo qual é chamado até hoje pelos palestinos. Instalou-se na Jordânia, país com grande população palestina, comandando milícias que realizavam ataques contra Israel e atentados contra alvos israelenses ao redor do mundo. As ações deram grande destaque à causa palestina.Em 1970, entrou em choque com o rei da Jordânia, Hussein, gerando os sangrentos combates do "setembro negro". Ele e a OLP acabaram expulsos do país. Estabeleceram-se no Líbano, usado como plataforma para ataques contra o norte israelense. Israel ocupou o país em 1982, e Arafat e a OLP novamente foram expulsos, para a Tunísia.Em 1973 foi reconhecido pelos países árabes como seu único representante legítimo. Apesar dos golpes importantes que sofreu e de ter sido obrigado a enfrentar graves conflitos surgidos nas suas próprias fileiras devido à moderação da sua linha política, Arafat conseguiu manter a liderança graças à habilidade para estabelecer alianças, fazendo concessões em nome dos objetivos nacionais

No ano de 1989, em resposta ao reconhecimento do direito à existência do Estado de Israel, Arafat foi escolhido como presidente do futuro Estado da Palestina. Algumas das suas decisões, como o apoio a Saddam Hussein na Guerra do Golfo (1990-1991) ou a sua posição favorável aos golpistas contra Mikhail Gorbachev, colocaram-no temporariamente em dificuldades no plano internacional.No entanto Arafat demonstrou ser um autêntico mestre em sobrevivência política e, em 1993, conseguiu seu maior êxito com a assinatura do tratado de paz com Israel, que previa a concessão de uma autonomia limitada aos territórios de Gaza e Jericó, a retirada do exército israelita desses locais em 1994 e o seu próprio regresso como chefe da Autoridade Nacional Palestina, depois de 27 anos de exílio.

Pelo acordo firmado com os israelenses, em 1994, Arafat, em conjunto com Itzhak Rabin e Shimon Peres, recebeu o Prêmio Nobel da Paz. Depois do assassinato de Rabin (1995) e do subseqüente conservadorismo na política de Israel, os esforços para se encontrar um equilíbrio duradouro entre palestinos e israelenses sofreram um sério retrocesso.Arafat tem estado, desde então, entre dois fogos: por um lado, a lentidão, e mesmo a interrupção, da retirada israelense dos territórios ocupados prevista nos acordos de paz e, por outro, o risco da perda de controle sobre as facções palestinas mais radicais e violentas.Em meados de 2000, fracassou em nova tentativa de assinatura de um acordo final de paz com Israel. Seguiu-se a Intifada (rebelião popular palestina contra as forças de ocupação de Israel na faixa de Gaza e na Cisjordânia).

Desgastado com o desastroso saldo da violência que se sucedeu após a intifada, Arafat voltou a ter popularidade nos últimos anos após Israel aumentar a pressão sobre ele.Em 29 de outubro, o líder palestino foi internado no hospital militar Percy, em Clamart, sudoeste de Paris, com graves problemas de saúde. Ele entrou em coma e diversos meios de comunicação noticiaram sua morte cerebral antes do dia 11 de novembro de 2004, quando seu falecimento foi oficialmente anunciado.Na presidência da OLP (Organização para a Libertação da Palestina), Arafat foi substituído por Mahmoud Abbas, também conhecido como Abu Mazen.

Primavera Árabe

Primavera Árabe não se trata de um evento, de algo breve ou de uma estação do ano, trata-se de um período de transformações históricas nos rumos da política mundial. Entende-se por Primavera Árabe a onda de protestos e revoluções ocorridas no Oriente Médio e norte do continente africano em que a população foi às ruas para tirar ditadores do poder, autocratas que assumiram o controle de seus países durante várias e várias décadas.
Tudo começou em dezembro de 2010 na Tunísia, com a derrubada do ditador Zine El Abidini Ben Ali. Em seguida, a onda de protestos se arrastou para outros países. No total, entre países que passaram e que ainda estão passando por suas revoluções, somam-se à Tunísia: Líbia, Egito, Argélia, Iêmen, Marrocos, Bahrein, Síria, Jordânia e Omã. 

Neste infográfico interativo, você confere a situação nos principais países atingidos pelas revoltas: ( Acesse o link) .




Infográfico sobre o conflito no Oriente médio : ( Acesse o link abaixo )